Realizou-se no passado dia 3 do corrente mês um primeiro retiro de Advento destinado aos Jovens da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios na Bobadela. Ao lerem esta frase o leitor é conduzido a pensar: Será que estão mesmo a falar de Bobadela propriamente de dita, ou será que aqui está também incorporada a comunidade do Bairro da Fraternidade? Esta é uma questão tão legítima quanto infeliz. Legitima porque as pessoas estão habituadas a ver cada comunidade a trabalhar para seu lado e sem espírito de corpo. O Corpo a que Jesus Cristo faz referência na Parábola dos Trabalhadores da Vinha (Mt 20,1-16). Infeliz porque por vezes temos alguma dificuldade em ver mais longe.
A Parábola a que Jesus Cristo se refere no texto bíblico supracitado ajuda-nos a reflectir nesta época de Advento (espera de) como PARÓQUIA e como CRISTÃOS, estamos mesmo a esforçarmo-nos por constituir este corpo de trabalhadores da Vinha do Senhor ou se pelo contrário nos entretemos a discutir quem faz e quem “aparece na fotografia” esquecendo-nos que o que está em causa não é nenhum de nós individualmente, nem o nosso protagonismo pessoal? Este tipo de atitude conduz-nos ao pecado e à morte, porque é Jesus Cristo quem o diz: “Se te vanglorias junto dos outros homens e eles ta reconhecem, aí tens a tua recompensa”. Mas aí perdemos o reconhecimento do Senhor que admira a humildade e o silêncio das nossas obras (Mt 20, 15)
A este respeito a Sagrada Escritura também é clara: “Não tenho eu o direito de fazer o que eu quero com o que é meu? Ou o teu olho é mau porque eu sou bom? Assim, os últimos são os primeiros e os primeiros serão os últimos” (Mt 20, 16).
Neste retiro procurou-se criar nos jovens este espírito dos Trabalhadores da Vinha, com reflexões e actividades que procuraram fomentar este espírito da Palavra supracitada. Se nós enquanto adultos temos alguma dificuldade em fomentar este espírito de solidariedade entre nós, e/ou temos vergonha de nos converter com medo de parecermos “fracos” aos olhos dos outros homens, então que tenhamos a coragem de no silêncio da nossa oração pedir a Deus para que tal aconteça, nos corações das nossas Crianças e Jovens e certamente Deus terá esse facto em conta no hora do nosso juízo final.