segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Voluntariado - Jovens Vicentinos - Distribuição do Almoço às Famílias Carenciada

 

Hoje deparei-me com pessoas novas à minha volta. Uns iam na minha direcção, outros seguiam direcções diferentes e outros sem intenção iam contra mim. Pareciam formigas no meio da multidão e difícil era a tarefa de os distinguir no meio de todos, pareciam todos iguais. O único meio de os distinguir era unicamente pela cor da camisola que decerto era igual à minha. Essas pessoas mostravam nas suas caras o desejo de uma refeição, pois, esperaram algum tempo na fila para receberem o pão, a sopa, o arroz, a carne e com ternura uma sobremesa ainda quente. Um doce que talvez não provavam à muito e que os faria matar saudade. Eram impacientes, como todo o pobre que anseia por uma migalha de pão. Queriam recolher-se no quente, sentir-se aconchegados e retirar para si todo o conforto, que por vezes achei até exagerado.

Posso dizer que não senti bem o que esperava sentir em certas alturas. Eu esperava que algumas pessoas agradecessem o pão, o vinho, a sopa, mas, deparei-me mesmo assim, com pessoas descontentes, porque não foram capazes de esperar a sua vez, de pensar também nos outros contribuindo para um clima mais ameno entre todos. Alguns não sabiam partilhar, querendo o melhor apenas para si e, isso fez-me ver que mesmo carenciados, nós só pensamos em nós e no nosso bem-estar. Fiquei triste por ver essa realidade, mas pensando melhor, nós em muitas ocasiões fazemos o mesmo, não só com a comida que temos, mas pelo conforto, pelo bem-estar. Não somos capazes de ceder lugar ao outro que nos acompanha e que está do nosso lado.

Todas estas iniciativas são boas para crescermos, mesmo que retiremos delas um momento não tão feliz ou que nos desiluda mais. Apesar da diferença da cor da camisola, afinal somos mesmo todos iguais, não é?

Pelo contrário, consegui sorrir e sentir que muitas das pessoas gostaram do nosso esforço e empenho. O voluntariado não pode ser feito por qualquer pessoa, temos de estar aptos para sermos recebidos de qualquer forma que seja, aprendi isso hoje.

Não posso deixar de salientar que os voluntários se mostraram homens e mulheres com garra e vontade! Estávamos todos unidos para e pelo mesmo: dar um sorriso a estas pessoas!

Mesmo com algumas dificuldades cheguei ao fim do dia com o coração mais leve, pois, pude dar a estas pessoas algo que eu estou habituada a receber todos os dias, o pão na mesa, a refeição, que muitas das vezes reclamo e que acaba por confortar o meu estômago.

Foi uma tarde maravilhosa, aprendi.

Deixo por isso aqui o desafio, se vos surgir um momento em que vos peçam ajuda para o voluntariado não hesitem, todos somos capazes. Existem todos os dias pessoas que precisam da nossa ajuda, idosos, sem-abrigo, crianças abandonadas, mães solteiras, famílias carenciadas e tantos outros casos.

Se o convite não aparecer, não custa nada ir à procura, temos de ser nós próprios a procurar!

Hoje sei que vou dormir mais feliz, fiz pelos outros o que um dia se precisar irão fazer por mim.

Ângela Romão


2 comentários:

Marina disse...

"É dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna."

(São Francisco de Assis)

Anónimo disse...

Adorei a partilha :')

Catarina Martins via Facebook

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