O RESSUSCITADO NOS CONVOCA
Na 1ª semana da Páscoa a Palavra da liturgia alimentou-nos com as aparições do Ressuscitado e o seu impacto na reconvocação e reagrupamento dos discípulos medrosos e desiludidos.
O renegado Pedro surge agora transfigurado como intrépido, enérgico e corajoso profeta do Reino que o Rabi de Nazaré crucificado prometera ao ladrão no alto do Calvário. À sua volta, qual pastor das ovelhas de Jesus, se reagrupam aqueles e aquelas que tinham subido da Galileia a Jerusalém e tinham vivido o drama da ignominiosa morte na cruz.
“Que havemos de fazer?”, lhe perguntavam os ouvintes do seu anúncio, ao que ele recriminava “esse Jesus que vós matastes, Deus o constituiu nosso Senhor e Messias (…); convertei-vos e baptizai-vos em seu nome”. E assim foi nascendo a Igreja, das adesões de umas e de outros, fascinados, movidos pelo Espírito do Nazareno ressuscitado. Assim começou a aventura da Igreja que somos. A assiduidade ao ensino dos apóstolos, a oração e a partilha dos bens fizeram-se notas identificativas, características essenciais daquele grupo que surgia do nada aparente da morte da cruz.
Acreditaremos nós que somos herdeiros dessa força e dessa missão na complexidade do mundo de hoje? Ou preferiremos mais ir para os nossos campos, para as nossas férias, para os nossos planos, para as nossas bodas porque “estender as mãos e aceitar que outros nos levem para onde não queremos (Jo, 21, 18)” é duro de mais e está fora da moda que quer o êxito na hora e já? Quem de entre nós, criança, jovem ou adulto, tem a coragem de perguntar ao Bom Pastor que hoje celebramos: “Senhor, que queres que eu faça da minha vida? Já teremos entendido que “quem quiser guardar a sua vida perde-a e quem a perde por causa d’Ele a ganha”?
Pe. Zé Luzia