sábado, 15 de maio de 2010

Boletim: Atear 166

 

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APÓSTOLOS DESTE TEMPO NA COMUNHÃO UNIVERSAL
Ainda estamos envolvidos na aura do exigente entusiasmo da visita pastoral do Papa Bento XVI. Ela fez de Lisboa e de Portugal, mais uma vez, um púlpito e um novo areópago para o mundo. Crentes e não crentes, todos ficámos, como legítima gratificação e como desafio, mais no centro do mundo. Nos corações de todos os homens e mulheres de boa vontade de Portugal ficou a palpitar o motor de uma renovada esperança, clamando por dias melhores, no meio das angústias que atormentam tantas famílias portuguesas e imigrantes. Do Terreiro do Paço, a Fátima e ao Porto, cresceu em nós a convicção de que o Bispo da Igreja de Roma preside à caridade universal da qual Jesus fez obreiros os seus discípulos. Ali, na beleza daquele nosso cenário nacional e lisboeta, sentimos que ele não era hóspede, mas família da nossa casa: o irmão, o pai, na saudação do nosso Patriarca, que veio confirmar a nossa Fé, para nos fazer sentir a força de Jesus Cristo. Senti-o peregrino e arauto no meio dos peregrinos e arautos portugueses que somos todos nós. Naquele “ponto de partida” para “dar novos mundos ao mundo”, que o Patriarca evocou e eu vivo sensivelmente, na minha experiência escutista e missionária, ele qualificou a nossa capital-mãe, como cidade de “Lisboa amiga, porto e abrigo de tantas esperanças que te confiava quem partia e pretendia quem te visitava”. Ali, pela palavra proclamada, mergulhámos no cerne mais sublime da nossa identidade cívica, histórica e religiosa: homens e mulheres levando a herança de uma história marcada pelo serviço do evangelho. Fazer frutificar essa herança em cada rincão da nossa vida pessoal e colectiva, eis o desafio!
O nosso agrupamento de escuteiros, pedra vida desta igreja local, também é resposta e esperança. Já é porto de abrigo! Desafiamos e respondemos. Aos pais e aos filhos. Sobretudo, aos anseios dos jovens, iludidos por todos os anticristos do mundo: o facilitismo da vida; a sedução dos bens que enchem o olho e deixam o coração vazio; a pressa de um prazer na hora, que se esvai no minuto seguinte; a ilusão da tribo adolescente auto-satisfeita numa indolência doentia de quem imagina o mundo puro consumo sem responsabilidade de construção; a crise de quem, criança já não é e adulto ainda não sabe ser. Somos lugar de procura e de resposta na complexidade que lhe é inerente. Com os pais e as mães! Com Jesus de Nazaré, morto e ressuscitado nas nossas vidas.

Pe. Zé Luzia


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